terça-feira, 17 de junho de 2014

Prova nas roupas

“Eles repartem entre si as minhas roupas e fazem sorteio da minha túnica” (Sl 22.18).

Davi agora nos leva ao momento em que Jesus foi despido e pendurado na cruz. Quando os soldados romanos, para dividir as roupas de Jesus entre eles, usam dois métodos diferentes, este é um pequeno detalhe que assume proporções proféticas.
Eram designados quatro soldados para vigiar cada criminoso crucificado. No momento da crucificação, eles dividiam entre si os bens terrenos do homem condenado. No caso de Jesus, havia apenas suas roupas e sua túnica sem costura. As roupas foram facilmente divididas em quatro partes, mas a túnica era diferente. Eles poderiam tê-la rasgado em quatro pedaços iguais de pano, mas todos concordaram que era mais valiosa se deixada em uma peça única. Seria melhor tirar a sorte para ver quem iria ficar a túnica, em vez de perder o seu valor rasgando-a em quatro partes.
Ao olhar os detalhes específicos previstos neste salmo, vemos como ele é extraordinário! Jesus se contorcia como um verme ferido na cruz (v. 6). Ele foi ridicularizado com praticamente as mesmas palavras que as citações do salmo (v. 8). Há o sangue de Jesus sendo derramado de suas feridas, como a água que é derramada de um pote de barro quebrado (v. 14). Suas mãos e pés foram rasgados pelos pregos (v. 16). E, por fim, suas roupas foram divididas e sorteadas.
Quando você adiciona a isso o fato de que o rei Davi nunca tinha visto uma crucificação antes, é um milagre! O cumprimento destes detalhes na paixão e morte de Jesus revela, sem dúvida, que o Espírito Santo estava guiando Davi nestas previsões. E essas profecias provam, sem sombra de dúvida, que Jesus de Nazaré era o Salvador há muito prometido, o Filho de Davi e Senhor de Davi.
Oração: Senhor Jesus Cristo, as profecias do Antigo Testamento provam, sem dúvida, que você é o Filho de Deus, nosso Salvador, o próprio Messias de Deus. Faça minha fé firme, até que eu o veja face a face. Amém.
Leia em sua Bíblia João 19.23-24

Contando ossos

“Todos os meus ossos podem ser contados. Os meus inimigos me olham e gostam do que veem” (Sl 22.17).

Um dos aspectos mais dolorosos da crucificação era ter todo o peso do corpo pendurado pelas mãos. O corpo era esticado pelo peso, o que causava intensa dor em cada articulação, músculo e osso. Esse esticar do corpo também fazia com que os ossos se destacassem. É por isso que Jesus os pode contar.
Davi, ao reunir no texto a habilidade de Jesus para ver e contar todos os seus ossos com o olhar e o deboche de seus inimigos, nos faz lembrar que os criminosos eram crucificados nus. Esta remoção de vestuário servia ao propósito de tornar a crucificação o mais intimidadora possível, adicionando a vergonha da nudez pública à dor excruciante. No caso de Jesus, os seus inimigos o olham com ódio, e sentem prazer ao ver seus ossos salientes e ao assisti-lo contorcendo-se em agonia.
Que amor impressionante nosso Salvador expressa! Ele bem que poderia pedir ao seu Pai que acabasse com esses malfeitores que têm prazer em ver o seu Senhor e Cristo sofrendo. Em vez disso, ele ora: “Pai, perdoa essa gente! Eles não sabem o que estão fazendo”.  Ainda que, para perdoá-los, ele tenha que tomar sobre si o castigo que eles merecem.
Isso também nos leva de volta à oração que ecoa repetidas vezes ao longo deste salmo: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus repetidamente chama a atenção para a crueldade e selvageria de seus inimigos, sua zombaria, escárnio e tormento. Ele pergunta a seu Pai por quanto tempo ele o vai continuar abandonando, derramando sua ira e fúria sobre ele.
Oração: Senhor Jesus Cristo, seu amor e graça são impossíveis de medir. Você suportou tal desprezo e agonia por amor a toda a raça humana. Ajude-me a compartilhar esse amor com todos que conheço. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 6

Mãos e pés perfurados

“E rasgam as minhas mãos e os meus pés” (Sl 22.16).

Em seu tempo, o rei Davi não sabia nada sobre crucificação, mas ele a profetizou em detalhes precisos no Salmo 22. Na devoção de ontem, ele comparou os inimigos de Jesus a uma matilha de cães selvagens, cercando sua presa, nos dando uma vívida imagem da crucificação de Jesus. Suas mãos e pés são perfurados quando os soldados romanos o pregam na cruz. Seus inimigos o cercam para o insultar e ridicularizar, como se estivessem latindo bem alto para ele. Assim, não causa surpresa o grito do crucificado: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
Além dos relatos dos evangelhos sobre Jesus ser pregado na cruz, outros dois lugares na Escritura mencionam nosso Salvador sendo traspassado, atravessado. A primeira é do profeta Zacarias: “Naquele dia, espalharei o espírito de bondade e de oração sobre os descendentes de Davi e sobre os outros moradores de Jerusalém. Eles olharão para aquele a quem atravessaram com a lança e chorarão a sua morte como quem chora a morte do filho único. Chorarão amargamente, como quem chora a morte do filho mais velho” (Zc 12.10).
O último livro do Novo Testamento, o Apocalipse, inclui estas palavras em seu primeiro capítulo: “Olhem! Ele vem com as nuvens! Todos o verão, até mesmo os que o atravessaram com a lança. Todos os povos do mundo chorarão por causa dele. Certamente será assim. Amém!” (Ap 1.7).
Hoje é o dia de reconhecer que foram os nossos pecados que o levaram à cruz, que foi a nossa maldição que ele tomou sobre si. Hoje é o dia para chorar e lamentar pela forma como contribuímos para seus sofrimentos. Hoje é o dia de confiar nele e nos alegrar porque ele voluntariamente se humilhou e suportou tanto sofrimento para nos salvar da morte eterna.
Oração: Senhor Jesus Cristo, de fato os nossos pecados são graves. Obrigado por, por causa destes pecados, sofrer o terrível castigo para salvar a todos nós. Amém.
Leia em sua Bíblia Zacarias 12.1-13.1

Lançado ao Pó

“Tu me deixaste como morto no chão” (Sl 22.15).

Um pote de barro cai no chão e se quebra. A água, preciosa, derrama-se em todas as direções, infiltra-se na terra e desaparece, deixando para trás apenas os cacos. Com esta imagem o rei Davi profetiza a crucificação do seu descendente mais importante: o Senhor Jesus Cristo. Nós vemos, através de suas feridas, a vida de Jesus derramar-se e desaparecer na terra sob a cruz.
Quando Deus colocou Adão no jardim do Éden, ele o advertiu veementemente que não comesse a fruta da árvore do conhecimento do bem e do mal, dizendo: “pois, no dia em que você a comer, certamente morrerás” (Gn 2.16-17). Quando Adão e Eva comeram aquela fruta, Deus pronunciou a punição deles, e a nossa: “Terá de trabalhar no pesado e suar para fazer com que a terra produza algum alimento; isso até que você volte para a terra, pois dela você foi formado. Você foi feito de terra e vai virar terra outra vez” (Gn 3.19).
Por causa da nossa natureza pecaminosa, nós perdemos a vida. Nós também devemos morrer e ter o corpo enterrado na terra para voltar ao pó, de onde veio. Mas Deus providenciou um sacrifício substitutivo: o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. Jesus colocou sua vida no pó. Seu corpo sem vida, o pote em cacos, foi enterrado em um túmulo emprestado. Mas três dias depois, ele ressuscitou, em vitória triunfante. Porque ele vive para sempre, todos aqueles que confiam nele viverão para sempre com ele. Um dia morreremos, seremos enterrados e voltaremos ao pó (a não ser que Jesus retorne antes). Mas Jesus voltará em glória para levantar nosso corpo imperfeito e torná-lo glorioso como o seu próprio corpo.
Oração: Senhor Jesus Cristo, você levou sobre si a punição por meu pecado, sendo colocado no chão da morte para que eu viva em sua presença para sempre. Receba o meu agradecimento e louvor agora e para sempre. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 44

Sede extrema

 “E a minha língua gruda no céu da boca” (Sl 22.15).

Jesus usou fortes imagens para descrever sua sede: derramado como água, o coração derretido como cera, a força que secou. Agora, sua língua gruda em sua mandíbula.
Ele não havia bebido nada desde a Última Ceia, a não ser que o anjo que o serviu durante sua oração no jardim do Getsêmani tenha lhe dado algum líquido. Mas mesmo nessa intensa oração no jardim, Jesus começou a derramar-se por nós. Lucas nos diz que “o seu suor era como gotas de sangue caindo no chão" (Lc 22.44). A partir daquele momento, água ou outra bebida não foram permitidas a ele.
Pendurado nu na cruz, sob o sol escaldante, Jesus fica mais e mais desidratado. Ele está tão sedento que sua língua gruda no céu da boca. Os soldados romanos molham uma esponja com vinagre de vinho e a mantém na frente de sua boca, mas fora do seu alcance. É parte de sua cruel zombaria (Lc 23.36). Só momentos antes da sua morte, ao pagar pelos nossos pecados, é que ele vai realmente beber algo.
Jesus descreveu o inferno de maneira semelhante em seu relato sobre o rico e Lázaro. O homem rico “sofria muito no mundo dos mortos... Então gritou: “Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!” Porém Abraão respondeu: “Meu filho... há um grande abismo entre nós, de modo que os querem atravessar daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para cá”” (Lc 16.23-26).
Na cruz, Jesus sofreu o fogo do inferno e uma imensa sede para que você e eu nunca tenhamos sede.
Oração: Senhor Jesus Cristo, você sofreu as dores do inferno em meu lugar. Guarde-me nesta fé, levando-me para a sua casa gloriosa. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 143

Potes quebrados

“Secou-se o meu vigor, como caco de barro” (Sl 22.15, ARA).

Geralmente os judeus usavam potes de barro para armazenar água. Quando um recipiente quebrava em fragmentos ou pedaços (chamados cacos), ficava completamente inútil. Não mais capazes de reter a água, os cacos que antes formavam aquele pote, secavam e ficavam quebradiços sob o sol escaldante.
A imagem de um vaso quebrado se encaixa bem com o versículo anterior do Sl 22, onde Jesus diz que ele é derramado no chão como água, e seu coração derreteu dentro do peito. O corpo de Jesus foi açoitado, espancado, perfurado e esticado a ponto de os ossos estarem fora do lugar. Como em um vaso quebrado, da sua cabeça, mãos, pés, ombros feridos, costas e pernas, derrama-se sua força vital. Sua vida e força vazam lentamente.
Se você parar um momento e pensar em Judas, o discípulo que traiu Jesus, você verá outro pote quebrado. Depois de saber que Jesus fora condenado, Judas sentiu grande pesar por seu pecado. Mas, em vez de confiar na promessa de Jesus de perdão e restauração, Judas enforcou-se. Os sacerdotes pegaram o dinheiro da traição e compraram o campo onde Judas se matou para fazer dele um cemitério para estrangeiros. Aquele campo era um campo de oleiro, um campo coberto de cacos. Judas, por sua falta de fé e suicídio, tornou-se um outro vaso quebrado, que serve apenas para ser destruído.
Todos nós somos potes de barro rachados. Isso se já não estivermos quebrados e destruídos. No entanto, em sua misericórdia, Jesus vem para consertar seus potes quebrados, para nos fazer novamente úteis aos propósitos de Deus. Vivendo nossa vocação, servimos a Deus quando servimos uns aos outros. Ao compartilharmos a notícia do sacrifício de Jesus, o Espírito está agindo, consertando outros potes quebrados.
Oração: Senhor Jesus Cristo, na cruz você era como um pote quebrado, derramando o seu sangue para a nossa salvação. Conserte minha vida despedaçada, e aja em mim para cumprir seu propósito em minha vida. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 75

Corações derretidos

“O meu coração é como cera derretida” (Sl 22.14).

O pecado endurece nosso coração, transformando-o em pedra. Nunca veremos isso tão claramente como no caso dos inimigos de Jesus que, com frieza e indiferença, o maltrataram, ridicularizaram, insultaram e atormentaram em sua agonia. Nós temos o mesmo coração duro e frio quando vemos nosso próximo sofrendo e passando necessidade e não sentimos nenhuma piedade, nenhuma preocupação com a situação dele.
O coração sensível de Jesus, o íntimo de sua alma, derrete sob a ira de Deus. O mesmo coração sensível teve piedade e levou Jesus a purificar leprosos, curar o surdo, o cego, o mudo e o paralítico, expulsar demônios, e oferecer compaixão às multidões perdidas e sem rumo. Este coração que nunca se endureceu ou ficou insensível, agora sangra ao ser golpeado pela implacável ira de Deus por causa da dureza do nosso coração.
O coração de Jesus sofreu com seus amigos que o traíram, negaram e abandonaram. Ele teve de lidar com inimigos que o perseguiram a cada passo, com sumo sacerdotes e líderes judeus que queriam matá-lo, com um governador romano que o entregou à vontade deles, e com multidões que o insultaram e zombaram em sua agonia na cruz. Porém, mais do que qualquer outra coisa, seu coração estava machucado porque seu Pai havia virado as costas para ele e descontado sua fúria em seu Filho unigênito, o Cordeiro de Deus que estava tirando o pecado do mundo.
Ao ver um amor tão grande em ação, que coração não amolece? Ao ver seus pecados colocados sobre Jesus e ao ver a imensa agonia e o sofrimento que ele enfrentou, quem é que não é levado às lágrimas de arrependimento, agradecimento e fé por causa do imenso coração e sacrifício do nosso Salvador?
Oração: Senhor Jesus Cristo, você sacrificou o seu corpo, coração, mente e alma para conquistar a nossa salvação. Amoleça nossos corações, em arrependimento e fé. Amém.
Leia em sua Bíblia Ezequiel 11.14-21

Derramado

“...sou como água derramada no chão. Todos os meus ossos estão fora do lugar” (Sl 22.14).

Jesus está exausto. Ele passou a noite anterior em oração, implorando para seu Pai afastar o cálice, o sofrimento que estava por vir. Jesus não tinha medo da morte, mas ele lutou contra ser abandonado por seu Pai e ser chicoteado pela implacável ira divina pelos nossos pecados. Três horas depois, sereno e pronto, ele saiu do jardim. Mas estava esgotado fisicamente.
Aquele era apenas o começo do seu sofrimento. Depois de condená-lo, a alta corte dos judeus bateu nele, o esbofeteou e feriu. Os soldados de Pilatos o açoitaram brutalmente, colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça e, com uma vara, bateram repetidas vezes em sua cabeça. A pesada barra da cruz foi colocada em seus ombros ensanguentados, e ele foi forçado a carregá-la até o local da execução. Ele era um homem forte, um carpinteiro, mas os maus-tratos que ele sofreu por nossos pecados foram tão grandes que ele desabou sob tal peso. Fraco e exausto demais para carregá-la sozinho, os soldados romanos finalmente ordenaram que Simão de Cirene, que estava no meio da multidão, a carregasse pelo resto do caminho.
O Salmo 22 descreve magistralmente esta exaustão: “sou como água derramada no chão.”
E, em seguida, o rei Davi acrescenta um detalhe profético incrível: “Todos os meus ossos estão fora do lugar.” Nesta macabra forma de execução, o peso do corpo é sustentado pelos braços, colocando uma tensão enorme nas juntas dos braços e ombros. Esticado, em suplício. O que torna esta passagem tão marcante é o fato de que a crucificação era completamente desconhecida para o rei Davi, mesmo que ele a descreva com incríveis detalhes. E tais detalhes se tornarão ainda mais impressionantes nos próximos versículos.
Oração: Senhor Jesus Cristo, que sofrimentos você suportou para libertar-me dos meus pecados e da ira de Deus! Aceite minha sincera gratidão e meu louvor eternamente. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 102

O Rugido do Leão

“Como leões, abrem a boca, rugem e se atiram contra mim” (Sl 22.13).

Na devoção de ontem, Jesus comparou seus inimigos a animais: touros fortes, agressivos e ferozes. Agora ele os compara a outra aterrorizante fera selvagem: leões poderosos com suas bocas abertas, avançando sobre suas presas com rugidos altos e assustadores.
Há muito tempo os líderes judeus conspiravam para matar Jesus. Eles rugiram bem alto quando ameaçaram expulsar qualquer um da sinagoga que confessasse ser Jesus o Messias prometido (Jo 9.22). Quando Judas traiu Jesus eles entraram em ação. Eles prenderam, julgaram, condenaram e maltrataram Jesus. E sobrara apenas um homem no caminho deles: o governador romano Pôncio Pilatos.
Pilatos examinou Jesus na presença deles, e não encontrou evidência alguma que apoiasse as acusações contra ele. Ele iria libertar o Cristo, mas eles começaram a rugir. Eles ameaçaram e intimidaram Pilatos, pressionando-o a fazer a vontade deles: executar Jesus. Pilatos permaneceu firme no começo, afirmando a inocência de Jesus. Mas com amedrontadores rugidos de leões, suas barulhentas ameaças e clamores de “Crucifica-o! Crucifica-o!” venceram Pilatos que, por fim, afastou-se, lavou suas mãos de tudo aquilo, e ordenou a execução do Filho de Deus.
Jesus descreve seus inimigos como touros ou leões. Eles têm as características de animais selvagens, mas eles são muito humanos. Satanás, o grande arqui-inimigo de Jesus, está por trás deles. No início, o diabo agiu através de um animal, uma serpente, para destruir a humanidade (Gn 3). Dessa vez, para destruir o Salvador da humanidade, ele agiu através destas pessoas.
Oração: Senhor Jesus Cristo, você ficou sozinho diante de pessoas perversas, e mesmo assim você clamou ao seu Pai que os perdoasse: “eles não sabem o que estão fazendo.” Perdoe-me por meus pecados e dê-me forças para permanecer firme e anunciar aos outros a sua maravilhosa salvação. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 109

Cercado por Touros

“Como touros, muitos inimigos me cercam; todos eles estão em volta de mim, como fortes touros da terra de Basã” (Sl 22.12).

Jesus olha para o rosto dos seus opressores, que são muitos e poderosos, como uma manada de touros cercando-o. Eles são touros fortes, do tipo que cresce nos ricos campos de Basã, uma região a nordeste de Gileade, a terra de Israel a leste do rio Jordão. Tais touros eram famosos por sua força, tamanho e ferocidade. E esta é uma descrição adequada para os chefes e anciãos religiosos: os homens que perseguiram Jesus até o matarem são ferozes, selvagens e violentos.
Que força incrível estes líderes poderiam ter sido se tivessem sido convertidos de seus pecados e confiado em Jesus como seu Salvador! Imagine se eles tivessem usado suas energias, sabedoria e influência para conduzir os judeus a seguir o poderoso Filho de Deus. Ao invés disso, eles o acusam. Durante a noite, dirigem um julgamento ilegal. Dão falso testemunho e, através de ameaças, forçam Pilatos a condenar um homem inocente. Como touros, eles se posicionam com seus chifres afiados e dizem a Pilatos: “Estamos cobrando e atacando alguém. Você quer que esse alguém seja Jesus, ou você?
Nós também encaramos inimigos fortes: “Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão” (Ef 6.12).
Sem dúvida, o maior inimigo de Jesus era Satanás, que estava por trás destes líderes judeus estimulando-os em seu caminho assassino. Mas através do seu inocente sofrimento e morte, Jesus esmagou a cabeça da serpente e nos libertou para sempre.
Oração: Senhor Jesus Cristo, você enfrentou a violência do poder de Satanás e foi vitorioso. Proteja-nos de todos os nossos inimigos e leve-nos em segurança para nosso lar celestial. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 68.28-35

Abandonado

"Não te afastes de mim, pois o sofrimento está perto, e não há ninguém para me ajudar” (Sl 22.11).

Não parece que, às vezes, Deus está distante demais para ver seus problemas ou ouvir suas orações? Alguma vez você já se sentiu tentado a abandoná-lo? Satanás e os inimigos de Jesus tentaram abalar a confiança dele em seu Pai; eles tentaram fazer Jesus sentir-se abandonado: “Você confiou em Deus, o Senhor; então por que ele não o salva? Se ele gosta de você, por que não o ajuda?” (Sl 22.8).
Jesus carrega o pior dos problemas, mas para onde quer que ele olhasse, não poderia achar nenhuma ajuda neste mundo. Os líderes judeus o deveriam ter acolhido e honrado como Messias – mas eles o rejeitaram e forçaram Pilatos a sentenciá-lo à morte.
Ele poderia esperar a proteção do governador romano que o declarou inocente – mas ele o chicoteou e lavou as mãos em relação ao que fariam com ele.
Os soldados romanos deveriam tê-lo tratado com distanciamento profissional – mas eles concentraram nele seus abusos e zombarias cruéis.
Até as pessoas que só passavam por ali, o atacaram com insultos e zombarias pueris.
Seus amigos sumiram, abandonando-o, exceto João que, sozinho, permaneceu diante da cruz. Mas mesmo João nada poderia fazer para ajudá-lo.
Em serena confiança, Jesus volta-se para o único que o pode ajudar: “Não te afastes de mim, pois o sofrimento está perto, e não há ninguém para me ajudar.” Com seu Pai abandonando-o, Jesus estava realmente sozinho com nossos pecados, nossa culpa, e a esmagadora ira de Deus. Mas Jesus, persiste, expõe sua situação desesperadora ao seu Pai e clama por ajuda. “Durante a sua vida aqui na terra, Cristo, em voz alta e com lágrimas, fez orações e súplicas a Deus, que o podia salvar da morte. E as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus” (Hb 5.7).
Oração: Senhor Jesus Cristo, como um belo hino diz: “quando a ajuda de outros falhar e o consolo fugir, ó, Socorro do desamparado, fica comigo”. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 62

Memórias de Infância


“No entanto, ó Deus, tu me trouxeste ao mundo quando nasci e, quando eu era uma criancinha, tu me guardaste. Desde o meu nascimento, fui entregue aos teus cuidados; desde que nasci, tu tens sido o meu Deus” (Sl 22.9-10).

Jesus tem sua dor e sofrimento compartilhados uma segunda vez. Agora é a vez de ouvir a resposta de Deus à sua oração e ganhar a firme confiança na fidelidade e amor de seu Pai.
Antes, Jesus foi consolado ao recordar-se da libertação concedida por seu Pai aos israelitas quando eles clamaram em sua aflição. “Os nossos antepassados puseram a sua confiança em ti; eles confiaram em ti, e tu os salvaste. Eles pediram ajuda e escaparam do perigo; confiaram em ti e não ficaram desiludidos” (Sl 22.4-5). Agora Jesus olha para o passado da sua própria vida e relembra o amável cuidado de seu Pai desde o início.
“Ó Deus, tu me trouxeste ao mundo quando nasci”. Jesus, miraculosamente concebido pelo Espírito Santo, teve, por obra do seu Pai, um nascimento seguro no primeiro Natal. O Pai providenciou uma manjedoura aquecida e seca, alimentou-o e atendeu a todas as suas necessidades. Quando o rei Herodes tentou matá-lo, o Pai enviou a José um anjo, em sonho, para orientá-lo a pegar o Cristo menino e Maria, e fugir para o Egito (Mt 2.13). Desde os primeiros dias de Jesus como ser humano, o Pai provou-se digno de confiança e cumpridor de suas promessas. Sem dúvida, também neste momento Deus, o Pai, não esquecerá dele e o libertará.
Como Jesus, nós podemos olhar para trás e ver o cuidado fiel de Deus em nossas vidas. E, assim, estar confiantes de que ele sempre satisfará as nossas necessidades e nos protegerá, especialmente porque Jesus pagou completamente o preço por nossos pecados em seu sofrimento e morte na cruz.
Oração: Senhor Jesus Cristo, obrigado por relembrar-me da fiel proteção e cuidado de seu Pai. Relembre-me de olhar para trás e ver a sua fidelidade em minha vida para que eu possa sempre viver em fé, confiança e paz. Amém.
Leia em sua Bíblia o Salmo 139